Saiba porque os constantes aumentos da taxa Selic em 2021 podem tornar os investimentos em renda fixa atrativos. Especialistas defendem que, enquanto o risco fiscal e político não for controlado, é melhor investir em papéis pós-fixados ou atrelados à inflação.
Na quarta-feira, 27 de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1,5%, fazendo com que a taxa básica de juros passasse de 6,25% para 7,75% ao ano. Como consequência da alta, a renda fixa voltou a ser a “queridinha” dos investidores, visto que grande parte das aplicações acompanha a taxa de juros.
Como a alta da Selic influencia a carteira de investimentos
Surgida em 1999, a Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação de Custódia, que foi criado para regulação de juros. Ela é utilizada para apurar a taxa de juros das operações de empréstimos entre instituições financeiras, que ocorrem diariamente.
Como ela é a taxa básica de juros da economia, também afeta o desempenho dos indicadores IPCA e CDI, influenciando no controle da inflação.
Quando a taxa está em baixa, as opções de empréstimos e compras se tornam mais vantajosas, mas isso faz com que o investimento em renda fixa seja desencorajado, fazendo com que as pessoas busquem opções de rendimentos como a Bolsa de Valores, por exemplo.
Quando a Selic está em alta, como agora, quem tem dinheiro guardado em renda fixa ganha mais rentabilidade, porém há diminuição no consumo.
Onde investir na renda fixa
Eduardo Perez, analista do Nu invest, enxerga os títulos pós-fixados, aqueles cuja remuneração segue o indexador CDI ou Selic e acompanham a evolução da taxa de juros, como oportunidade neste momento.
Este conselho é direcionado para investidores que buscam menos oscilações no patrimônio até o vencimento dos títulos.
Contudo, Perez também cita como destaque os títulos atrelados ao IPCA, principalmente os de curto prazo, com vencimento entre 2 a 3 anos, se levados até o vencimento devem se beneficiar com os constantes aumentos da inflação.
Para o curto prazo, o analista recomenda ativos de renda fixa privada, tais como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), com vencimento de até 2 anos e que são isentas de Imposto de Renda.
Para o médio prazo, Perez recomenda fundos de renda fixa que investem em títulos atrelados à inflação de curto prazo, que podem surfar na alta dos preços e com menos volatilidade.
Entre as recomendações para o longo prazo, ele cita o Tesouro IPCA +, que está com juros reais atrativos. Segundo o analista, enquanto monitora o cenário brasileiro, o investidor pode ir aportando mês a mês em 2021 e 2022.
Para quem pretende aproveitar o cenário inflacionário, Felipe Fernandes, chefe de análise da Flip Investimentos, destaca os papéis atrelados à inflação de curto prazo, para quem gosta de menos volatilidade.
Fernandes aponta que gosta de ativos isentos de Imposto de Renda, CRA, CRI, debêntures incentivadas, porém afirma que o investidor não deve abrir mão também do Tesouro IPCA +.
Onde não investir
Considerando que, com o ano eleitoral, a perspectiva é da manutenção dos aumentos dos juros, o consenso dos especialistas é de fugir dos títulos prefixados, principalmente os de longo prazo.
Segundo Marilia Fontes, sócio-fundadora da Nord Research, não é hora de se expor a prazos mais longos, independentemente de quanto a taxa de juros subir. “A Selic está em um processo de alta e a inflação se mostrando persistente, com toda essa incerteza, melhor ficar longe dos prefixados”, comentou.
Como ainda existe muita incerteza no mercado, com as eleições e com a inflação, o investidor pode acabar perdendo ao fechar taxas prefixadas menores do que a alta da Selic nos períodos futuros.
Ela também aconselha a não entrar nos indexados à inflação, de curto e longo prazo.
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