A expectativa da chegada do 5G nas capitais brasileiras têm estimulado o mercado de provedores de internet no país.

Nos últimos anos, o mercado viu surgir uma forte tendência de provedores de internet (ISPs) serem adquiridos por empresas maiores ou, ainda, receberem forte aporte financeiro de grandes fundos ou investidores.

Graças a esse cenário, tem-se percebido um movimento de junção de ISPs menores, com o intuito de formar uma espécie de consórcio e cooperativa para tornar suas investidas mais competitivas frente às grandes companhias que atuam no setor.

Dessa forma, os pequenos provedores ganham mais força na hora de negociar as compras de equipamentos e acessórios junto a distribuidores e fabricantes, aproveitando a união inclusive na hora de construir redes compartilhadas.

A última pesquisa TIC Domicílios 2020 registrou aumento no número de usuários de internet no Brasil, que na pandemia chegou a 152 milhões. E a tendência é que continue aumentando.

ISPs serão fundamentais para a difusão do 5G no país

Após o leilão da Anatel, realizado no início de novembro, que distribuiu os lotes da frequência de transmissão 5G no Brasil, os ISPs serão essenciais para a difusão dessa tecnologia no país, segundo o Ministério das Comunicações.

A chegada do 5G contribuirá para a consolidação da Internet das Coisas no país, o que permitirá novos modelos de negócio em todos os setores de atividades, graças à disponibilidade de uma internet com mais velocidade e baixíssima latência.

O Ministério das Comunicações afirma que “os provedores têm desempenhado papel fundamental na ampliação e interiorização das redes fixas de banda larga, atuando como o principal vetor de ampliação da conectividade no Brasil, contribuindo para a inclusão digital da população brasileira”.

Ainda de acordo com a pasta, os ISPs reúnem as condições técnicas para também operar redes móveis, inclusive aquelas baseadas no 5G, por sua experiência na expansão de redes fixas no interior do país.

Na Região Sul, a faixa 3.5GHz foi arrematada pelo Consórcio 5G Sul – uma união da Unifique, de Timbó-SC, com a paranaense Copel Telecom. Com uma rede de fibra óptica instalada de 23 mil km, os ISPs locais também deverão ser chamados para a participar da implantação do 5G.

Jair Francisco, Diretor de Mercado da Unifique, informa que já estão acontecendo as primeiras conversas com fornecedores para a implementação da nova tecnologia, com previsão de início para o primeiro semestre de 2022.

Previsões para o mercado de provedores de internet para 2022

Com tanta novidade referente ao mercado de provedores de internet, não é de se espantar que haja expectativa para a chegada do novo ano.

Abaixo, listamos algumas importantes previsões para este segmento no ano que vem.

Tecnologia 5G

Como destacamos acima, a chegada do 5G no país está prevista para 2022 e promete ser uma grande oportunidade para os provedores de internet.

A IDC, especialista em pesquisa e consultoria da área de TI, realizou um estudo que apontou que o uso do 5G no país deve movimentar cerca de $22,5 bilhões em negócios entre empresas (B2B) até 2024.

O estudo mostrou também que novas tecnologias, como a já citada Internet das Coisas (IoT), serviços de nuvem públicas, big data e segurança terão ainda mais destaques a partir do ano que vem.

A tendência é que todo o setor seja estimulado com a chegada da nova tecnologia, que trará vantagens de conectividade, incluindo alta velocidade e qualidade de transmissão de dados, favorecendo assim a expansão do acesso para áreas mais remotas, promovendo o crescimento de setores que precisam de conexões contínuas.

Fibra óptica no topo

A fibra óptica oferece boa velocidade e estabilidade de conexão, o que a impulsionou ao topo dos métodos de conexão mais procurados no país.

Um levantamento da TIC Provedores, pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostrou que, até 2017, 78% dos provedores ofereciam serviços de fibra óptica.

Como consequência da pandemia, percebeu-se o aumento da demanda domiciliar por conexões mais potentes, o que fez com que esse número fosse ampliado. Atualmente, 91% dos provedores de internet ofertam planos de conexão via fibra óptica.

A manutenção do crescimento desse número é uma das previsões para 2022.

Pequenos provedores de internet continuarão liderando

A consultoria Teleco realizou um levantamento, divulgado pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, onde foi confirmado que os pequenos provedores estão liderando o mercado, sendo responsáveis por 44% de participação no segmento banda larga fixa.

A Claro, para termos de comparação, responde por 25,5%, a Vivo por 16,6% e a Oi por 13,5% do mercado.

São mais de 10 mil provedores de pequeno porte espalhados pelo país.

Serviços de streaming

Os serviços de streaming, sejam de filmes, séries ou músicas, estão se tornando cada vez mais populares. A popularização de smartphones e TVs inteligentes, principalmente, impulsionam esse mercado e criam a demanda nos consumidores de terem internet de boa qualidade em suas residências.

Os provedores de internet podem (e devem) estudar os novos hábitos dos seus consumidores em potencial, para que possam oferecer planos que integrem, de alguma forma, os serviços mais utilizados por eles em seus serviços de banda larga.

Linhas de crédito para provedores de internet de pequeno porte

Devido a crise causada pela pandemia do coronavírus, desde o ano passado havia uma restrição de crédito. Essa situação impedia que os provedores de pequeno porte investissem o necessário para suprir a demanda do mercado.

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