A retomada do setor moveleiro em meio à pandemia mostra sua força e contribui para a recuperação econômica do país.
Móveis são o setor do varejo com o maior crescimento no ano passado. Os estados que apresentaram maior alta de vendas neste segmento foram Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto apenas dois registraram queda.
Maior crescimento em volume de vendas no país em 2020
Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio de móveis foi o segmento que apresentou maior crescimento no volume de vendas no país em 2020. As vendas do setor tiveram uma variação acumulada de 11.9% na comparação com 2019.
Em função dos impactos da pandemia do coronavírus, esse crescimento aconteceu de forma desigual no decorrer do ano. O segundo trimestre do ano passado foi de forte retração nas vendas, mas a partir do segundo semestre o varejo acelerou de forma acentuada.
Permanência das pessoas em casa contribuiu para a retomada
Devido ao cenário pandêmico no país, muitas pessoas tiveram que se adaptar aos novos hábitos e rotinas, dentre elas, o home office. A casa, antes um local de descanso e lazer, precisou se adaptar para ser também um lugar de trabalho.
Nesse sentido, o setor de móveis sentiu o aumento da demanda por peças, especialmente no comércio eletrônico. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de E-Commerce (ABComm) entre 9 de 25 de abril de 2020, mostrou que a categoria teve um aumento de pedidos de 47,59% no período.
Marcelo Coimbra, diretor de comunicação da Associação Comercial e Industrial de Móveis de Passos (Acimov), conta que a permanência em casa acabou fazendo com que as pessoas percebessem a necessidade de mudança, adaptação ou reformas, e este foi um dos motivos para este impacto positivo no setor.
Sebastião Abritta, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindvarejista), detalha que “quando o consumidor fica mais em casa, ele começa a sentir uma necessidade maior de investir na residência, trocar e até comprar móveis que não tinha antes. Foi preciso adaptar os espaços para o trabalho e conviver, o tempo todo, com todos os membros da família. Isso faz com que as pessoas direcionem o consumo para produtos que vão melhorar a qualidade de vida delas naquele espaço.”
A Federação do Comércio, Bens e Serviços (Fecomércio) avalia que o comércio de móveis também foi beneficiado pelo mercado de engenharia civil. Francisco Maia, presidente da entidade, conta que o aumento significativo do setor de materiais de construção, que chegou a quase 25% no índice de venda, contribuiu para o crescimento do setor moveleiro, pois, ao fazerem a reforma de suas casas, as pessoas acabaram investindo também na decoração e na aquisição de móveis.
Venda de móveis acima da média geral do varejo nacional
Em junho deste ano foi verificada uma alta de 0,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Este avanço pode parecer tímido diante da taxa de crescimento dos últimos meses na mesma comparação, mas analisando o todo temos outra conclusão.
Diferente dos meses anteriores, que tinham uma base muito baixa de comparação relacionada ao mesmo período de 2020, a evolução histórica das vendas de móveis a partir de junho do ano passado traz variações comparativas muito diferentes e mais coerentes com a realidade do nosso mercado moveleiro.
Sem contar os eletrodomésticos, a venda de móveis nos últimos 12 meses, justamente o período de guinada do setor moveleiro em meio à pandemia, acumulou avanço positivo de 22,1% no varejo. Pegando apenas o primeiro semestre de 2021, as vendas do setor subiram 17,5% no comparativo com o primeiro semestre do ano passado.
Exportações também contribuem para o cenário positivo
As exportações de móveis e colchões fecharam o primeiro semestre deste ano com um avanço superior a 72% no comparativo com 2020.
É necessário salientar que a primeira metade do ano passado registrou queda de 17,4% nas exportações do setor, contribuindo assim para o impulsionamento do acumulado na comparação.
Porém, os resultados consolidados a partir da explosão na venda global de móveis em junho de 2020 confirmam a solidez nas exportações moveleiras nacionais, registrando um aumento superior a 41% na quantidade de peças exportadas nos últimos 12 meses.
Uma das categorias mais abaladas pelas rupturas na cadeia de produção geradas a partir do agravamento da pandemia no mundo, os móveis de aço apresentaram estabilização de exportações. Comparando maio e junho deste ano, houve um aumento de 103,2% no volume exportado. Atualmente os principais destinos dos móveis de metal que saem do país são Estados Unidos, Panamá e Colômbia.
As exportações de móveis de madeira e de colchões também apresentam evolução contínua nos números.
Os principais destinos dos móveis brasileiros
Estados Unidos, Chile, Reino Unido, Uruguai e Peru são os cinco países que mais importam móveis do Brasil.
Os Estados Unidos lideram como principal mercado importador dos móveis produzidos no país. O Chile apresenta um ritmo acelerado de importações no panorama geral, que inclui as quatro principais categorias de mobiliário: madeira, metal, estofados e colchões.
Enquanto isso, o mercado britânico voltou a demonstrar números promissores no final do primeiro semestre deste ano, como o avanço de 60% em junho sobre maio.
A previsão para o setor moveleiro em 2022
Embalado pelos aprendizados e oportunidades proporcionados durante a pandemia e diante dos bons números apresentados neste período, há uma boa expectativa de crescimento no setor para o ano que vem.
O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Rogério Francio, acredita que o ano de 2022 será de mais crescimento, apesar da inflação.
Francio afirma que o setor moveleiro está acostumado a se adaptar, usa o exemplo da pandemia como um desafio superado e afirma que o crescimento do segmento não deve parar este ano.
Mesmo durante a pandemia, o FIDEM Bank esteve ao lado dos seus clientes do setor moveleiro, acompanhando esse crescimento e resolvendo o seu dia.